Actividades de tempos livres - Portugal 2021

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Actividades de tempos livres

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Actividades de tempos livres (caça, pesca, teatro, dança,

desporto…)

Nos meus tempos livres gosto de pescar. Também gosto de ler, jogar

futebol de salão, e ver os noticiários, comentários e alguns filmes na TV.

Pesca

Gosto de pescar, não só pela qualidade do peixe que

trago mas também pelo desporto praticado - nunca

se está no mesmo local mais do que 60 minutos,

salvo raras excepções. Existem trutas, bogas, barbos

e outras qualidades de peixes, com sabores em nada

comparáveis com os mesmos que se compram por aí

e que são criados em viveiros. Se não for um dia propício para a pesca, e se

estiver calor, aproveito para tomar um banho refrescante e exercitar um

pouco os músculos.

A pesca que eu pratico é a pesca à linha. É necessário possuir uma cana de

pesca, com carreto, linhas, anzóis, iscas (engodo), e ser paciente.

No entanto só em 1984, já adulto, fui atraído para esta actividade lúdica,

então comprei o meu primeiro material que ainda hoje me acompanha nas

poucas idas à pesca.

Comprei então um canelon da marca “Sportex” com 5,50 metros de

comprimento, uma cana ligeira de que já não distingo a marca, e dois

carretos da marca “Mitchell” os modelos 498 e 4470, material de ataque,

sendo eu muito cuidadoso consegui chegar até agora com estas relíquias

em condições de levar à pesca com as peças compradas à menos anos. Não

devemos esquecer de juntar a este primeiro material uma parafernália de

outros acessórios indispensáveis e, a outros menos úteis, como os anzóis,

os destroce dores, as chumbadas, bóias, amostras, etc..

Com o conhecimento até então adquirido fui percebendo que para se pescar

nem tudo o que se vai comprando é estritamente necessário. No entanto,

só em 1984 a “paixão” por esta actividade de lazer tomou posse dos meus

momentos livres, não na totalidade, felizmente.

À altura com colegas de trabalho, saíamos ao fim de semana, ora ao

Sábado ou ao Domingo, raramente os dois dias, e por vezes durante a

semana ao fim da tarde, como trabalhávamos por turnos e no mesmo

turno, lá íamos em digressão pelos diferentes pesqueiros desde Cascais à

Praia de S. Julião, eram nossas a Azóia, o farol da Roca, Adraga, praia

Grande e Pequena, Aguda, Samarra, S. Julião e pelo meio os inúmeros

pesqueiros que ficam perto destas praias. É destas digressões que hoje

sinto saudades, era espectacular estar lá em baixo e ver cá em cima o Farol

da Roca, todo aquele silencio que nos rodeia, chegar à Aguda ou à Samarra

ainda de madrugada com a humidade e o frio a penetrar-nos através da


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roupa o corpo, mas valia pelo silencio e pelo peixe que se apanhava, umas

vezes sim outras não, mas valia sempre a pena.

O meu primeiro “peixão” foi

capturado no “lajão” da praia

da Aguda, em Sintra, numa

manhã de Primavera, eu e o

meu irmão, levantamo-nos de

madrugada como era hábito

nestas investidas de pesca,

ainda o sol não despontava, e

já nós descíamos as sempre

incomodas escadas da Aguda.

Chegados lá abaixo, como

éramos os primeiros, rumamos

para a esquerda da praia em

direcção ao “lajão”, nesse dia coberto de areia, e formando um areal

dentro e fora de água, com um bom fundão para se colocar a isca.

Aparelhei a minha “Sportex” à qual casei o “Mitchell 498” cheio de 0,45, na

época era assim fios grossos, um anzol 2/0 para robalos que cravei num

rabo de sardinha fresca comprada na praça a 50 escudos o quilo, uma

pechincha. Mas era assim, a isca que me acompanhava sempre, naquele

tempo, era a sardinha, por um lado era barata, por outro era e é, quanto a

mim ainda hoje, o melhor isco. Com isto não quer dizer que não levasse

outro, mas em pequena quantidade, liras de lula, buxo de polvo, umas

amêijoa, coisa pouca. Por vezes apanhávamos “tiagem” mas eu nunca fui

grande espingarda a iscar com tiagem, pelo que desistia cedo.

Bem por fim lá fiz o meu lançamento ainda o dia não tinha clareado.

Entretinha-me a empatar uns anzóis, quando surgiu um ruído intenso das

gaivotas a grasnar intensamente sobre o mar, logo de seguida senti uma

enorme chicotada da ponteira do canelon, seguido de um desenrolar

desenfreado da linha do carreto, de seguida repete-se tudo de igual modo.

Levantei-me com o coração bastante acelerado, e começo a recolher a

linha.

De principio tudo bem lá fui dando à manivela do carreto, mas sempre cada

vez mais pesado, até que tinha de ajudar recuando e avançando

rapidamente enquanto enrolava a linha até que o monstro chegou

finalmente a terra firme. Afinal não era assim tão grande quanto parecia,

andava pelos dois quilogramas. Este dia vou sempre recordar com imensa

saudade .

O aparelho era sempre o mesmo, linha de diâmetro 0,45 mm ou mesmo

0,50 mm, uma laçada dupla e dois nós, estralho a trabalhar entre estes dois

nó, baixada de 1 metro a 1,5 metros, e por último anzol 2/0 com a bela

sardinha cortada ao meio, uma vez iscava-se o rabo na outra vez a cabeça.

Farol do Cabo da Roca


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No fim passava-se por dentro da argola da chumbada de 120 a 150 gramas

a laçada final.

Durante muito tempo, digo mesmo desde sempre, o meu isco preferido foi e

será sempre a sardinha.

Não quero dizer que não use qualquer outro isco, como ganso, coreano,

casulo, amêijoa, lula, etc..

A sardinha servia para todo o tipo de pesca, quer cortadas ao meio, em

filetes, cortada ás postas, etc., para apanhar os robalos, safios, ou sargos.

Em 1986, apanhei na praia da Adraga, do lado esquerdo junto ao arco, um

baila e uma raia, ambos com cerca de 1,5 quilogramas, com o mesmo isco

de sempre, a sardinha.

Entretanto a vida foi sofrendo

alterações na disponibilidade

de cada um, todos havíamos

casado, e as novas

responsabilidades fizeram

com que o grupo se

desfizesse, a amizade não, e

cada um passou a ir menos

vezes à pesca.

Ainda fui algumas vezes com

o meu irmão. No entanto

ultimamente tenho ido

sozinho ou com outros amigos,

ou nas férias, mas poucas vezes.

Quando vou sozinho opto por pesqueiros de praia, praia da Adraga, ou

procuro a companhia de um amigo para pesqueiros mais difíceis onde não

se deve ir sozinho.

Na primavera vou ver o pôr-do-sol à praia da Adraga, pois como, sou

funcionário municipal e tenho horário de plataforma fixa posso sair uma vez

por outra ás 16,30 horas, o que na primavera com os dias a crescer e a

mudança de horário me permite estar à pesca cerca 5 a 6 horas, incluindo

algum tempo nocturno.

Outras vezes lá tiro um sábado ou um domingo para desafiar um amigo

para uma surtida até à praias da Aguda, de Samarra, de S. Julião ou

mesmo pesqueiros mais complicados como Cavalinhos, ou a Ribeira da

Mata, etc..

Mas já nada é como dantes, em que víamos nascer o sol e o sol a pôr-se,

por vezes na solidão de um qualquer pesqueiro surgia o ruído de uma

qualquer aeronave a cortar o mesmo, numa qualquer praia desta costa

atlântica no litoral sintrense.

Praia da Adraga


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